O que não faltaram ao longo de todos esses anos foram bons livros infantis. Todavia não vejo a mesma atenção sendo dada aos livros em listas nostálgicas que permeiam a internet. É hora de reparar esse lapso. Obviamente o título deste post, tem apenas caráter dramático, pois não é verdade que esses livros não sejam mais lidos, apenas a sua época áurea passou.
Vamos relembrar e reverenciar os livros que formaram não só o meu cárater, mas o de milhões de pessoas.
Coleção Vaga-Lume
Em 1972 nascia a série Vaga-Lume da editora Ática. E embora a maioria dos livros tenham sido escritos durante a década de 70, o auge de popularidade da série ocorreu durante os anos 80 e 90. A coleção contava com grandes nomes da literatura infato-juvenil brasileira: Marcos Rey, Lúcia Machado de Almeida, Maria José Dupré, Orígenes Lessa e muitos outros.
Obviamente, a qualidade dos livros foi a grande responsável pelo seu estrondoso sucesso, mas acredito que alguns detalhes - que poderiam passar despercebidos aos olhos de um adulto, mas não aos de uma criança - ajudaram bastante a série a ser bem-sucedida.
Os livros possuíam um formato marcante que infelizmente foi descaracterizado com o tempo. Na contra-capa dos livros, o simpático e bizarro mascote da série sempre fazia as honras da casa apresentando a história do presente livro no formato de quadrinhos. Logo abaixo encontrava-se a lista dos livros da coleção encabeçada pelo desafio “Você conhece todos os livros da Série Vaga-Lume? Marque com um X os que você já leu.”. Na parte de trás do livro havia um quadro com várias capas da coleção. Essas duas últimas singularidades da série funcionaram como uma jogada de mestre. Divulgavam a coleção e incitavam seus leitores a conhecer as demais obras. As ilustrações no interior dos livros, separadas em média por uma distância de dez páginas, eram um alento e um prêmio para os incautos olhos infantis ainda não acostumados com leituras muito extensas.
Os livros ainda atendiam uma extensa faixa etária. Alguns títulos eram mais apropriados para crianças pequenas e outros, um pouco mais elaborados, atendiam um público um pouco mais velho.
O mascote-what-the-hell da coleção Vaga-Lume:
um garoto com antenas, asas, e uma lâmpada no rabo.
um garoto com antenas, asas, e uma lâmpada no rabo.
Os Karas
Dsenterginis dinis Enterbomberdaisômberlcaisinis: Tombersaisgenter! Inis chinisvomber ómber Minissaisufterr Cinisrtómbersaisdomberr.
Se você
Infelizmente minhas memórias da série são escassas e esparsas. Lembro, por exemplo, da leitura empolgante e cheia de suspense, da apaixonante Magri, da gaita do Crânio, do grande vilão Doutor Q. I. Apesar de "A droga da obediência" ter sido o livro dos Karas que eu li há mais tempo, é o que me deixou mais memórias impressas. Há uma cena em particular que acho que jamais esquecerei. Chumbinho, encurralado no banheiro da escola, prestes a ser seqüestrado, mostra que tem colhões e deixa um sinal para os Karas usando nada menos do que a merda de alguém encontrada num vaso sanitário. Chupa essa, Harry Potter!
Turma do Gordo
Desta série, infelizmente li apenas "O gênio do crime". Uma criança não precisava mais do que um livro que tratasse de um mistério envolvendo álbuns de figurinhas, criminosos perigosos, um grupo de amigos tentando resolver o caso por conta própria e uma solução genial: a famigerada perseguição ao avesso.